quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Operação da PF combate suposto desvio de recursos públicos na UFT



Parte do valor destinado aos projetos não teve comprovação de aplicação.
Polícia vai cumprir mandados em três cidades do TO e no Rio de Janeiro.


A Polícia Federal deu início a uma operação de combate a um suposto esquema de desvio de recursos públicos federais, envolvendo a Universidade Federal do Tocantins (UFT) e a Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto). "Apoio Zero" foi deflagrada nessa quinta-feira (17) e vai cumprir oito mandados de condução coercitiva e dez mandados de busca e apreensão em Palmas, Porto Nacional, Gurupi e Rio de Janeiro. A ação é realizada em parceria com o Ministério Público Federal e com a Controladoria Geral da União.

Segundo a polícia, serão conduzidos coercitivamente integrantes da alta administração da UFT e da Fapto, além de empresários. Já os mandados de busca e apreensão serão cumpridos na Universidade, na Fundação, em duas empresas e nos endereços residenciais dos investigados.



De acordo com a PF, a UFT teria repassado dinheiro à Fapto, para realização de projetos de ensino, pesquisa e extensão. O dinheiro era transferido de contas específicas de projetos para contas da administração da Fundação.

Mas parte dos valores não voltava às contas dos projetos. Por isso, a polícia acredita que esse recurso possa ter sido desviado para outras pessoas e empresas ligadas aos gestores da Fapto, através de transferências e saques.

Conforme a PF, as investigações começaram em julho desse ano e com autorização judicial foram feitas análises de extratos bancários. Os documentos mostram que em 2014 foram movimentados R$ 6.629.797,37 entre contas correntes específicas de diversos projetos e contas genéricas da administração da Fundação.

Desse total, R$ 4.001.806,51 saíram de contas de projetos e foram para contas genéricas da Fapto. Já o montante de R$ 2.627.990,86 saiu das contas genéricas para contas específicas dos projetos. Ou seja, houve uma diferença de R$ 1.373.815,65 que saiu das contas específicas de projetos para as contas particulares da Fundação. Segundo a polícia, não houve a comprovação de que esse recurso foi aplicado na execução de projetos.

Operação

Segundo a PF, o nome Apoio Zero é uma referência a atuação da Fapto, que em vez de prestar apoio aos projetos da UFT, usava o dinheiro destinado a eles, de forma ilegal. Mais de 40 policiais federais participam da operação. Ainda de acordo com a polícia, as pessoas envolvidas na fraude podem pegar entre 2 a 12 anos de prisão.

Resposta

A Universidade Federal do Tocantins (UFT) disse, por meio de nota,  que está apurando internamente os trabalhos de investigação da Polícia Federal sobre possíveis problemas envolvendo ações administrativas da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (Fapto).

"A Universidade esclarece ainda que o documento encaminhado pela Polícia Federal ao gabinete da reitoria deixa claro que não há provas de envolvimento do reitor e dos demais dirigentes da Universidade em supostos procedimentos ilícitos, que, por ventura, tenham ocorrido na Fapto."

O G1 também procurou a Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto), mas nenhuma resposta foi enviada até às 17h.

Confira a nota enviada pela UFT:

Nota de esclarecimento
"A Universidade Federal do Tocantins (UFT) informa que está apurando internamente os trabalhos de investigação da Polícia Federal sobre possíveis problemas envolvendo ações administrativas da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (Fapto). O reitor da instituição, Márcio Silveira, está em Brasília, e foi espontaneamente a sede da Polícia Federal da Capital para esclarecer os fatos que cabem a ele como gestor da UFT. A Fundação é uma instituição autônoma e com ritos independentes da gestão da Universidade. Conta com o conselho fiscal e deliberativo, onde são tomadas as decisões e aprovadas às contas. Essas contas também são auditadas pelos órgãos federais de controle. Nesse sentido, o reitor esclareceu junto à polícia federal não ter indícios que o levem a suspeitar da lisura dos procedimentos da Fapto.
A Universidade esclarece ainda que o documento encaminhado pela Polícia Federal ao gabinete da reitoria deixa claro que não há provas de envolvimento do reitor e dos demais dirigentes da Universidade em supostos procedimentos ilícitos, que, por ventura, tenham ocorrido na Fapto.
No entanto, a UFT, primando pelo compromisso ético com a educação e a sociedade tocantinense, através de seu corpo gestor, se coloca a disposição para contribuir com as investigações e informar corretamente sobre esses acontecimentos, na medida em que os mesmos forem sendo devidamente esclarecidos."

Fonte: http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2015/12/operacao-da-pf-combate-desvio-de-recursos-publicos-envolvendo-uft.html

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