Os professores da UFT campus de Araguaína, idealizadores da proposta de criação de uma nova universidade federal na região norte do estado, estiveram na Câmara Municipal na sessão da última segunda-feira (21). O grupo entregou a minuta da proposta aos vereadores em busca de apoio e divulgação para a sociedade.
A ideia de criação de nova universidade federal que tenha Araguaína como sede já havia surgido entre os docentes desde 2003, mas é a primeira vez que a proposta é oficializada. O documento diz que a estrutura da instituição ‒ baseada em sete campi de norte a sul do Tocantins‒ inviabiliza o atendimento, apesar do esforço da gestão.
A distância entre o campus mais ao sul, em Arraias, e o campus mais ao norte, em Tocantinópolis, é de 1000 km. Conforme o documento, essa distância acaba por manter a microrregião do Bico do Papagaio isolada.
Problemas com gestão
Representando os professores, Kênia Ferreira Rodrigues explicou na tribuna que o grupo está pensando no futuro e como atender melhor as demandas da sociedade. ‒A Universidade Federal do Tocantins dobrou nos últimos cinco anos. O primeiro vestibular da UFT foi para 1.800 alunos. Hoje, só o campus de Araguaína embarca 3.200 alunos. A gente cresceu e precisa melhorar a gestão. Afirmou.
No período da greve foi discutido como resolver os problemas de gestão enfrentados pela UFT. ‒Se o que impede é essa questão de distância, então nós precisamos de uma gestão mais próxima. (...) A ideia é pegar os campus que a UFT já tem aqui no norte [Araguaína e Tocantinópolis]e organizar com outras comunidades que venham a necessitar do trabalho.
Demandas da região
Kenia acrescentou ainda que a criação da região de expansão agrícola MATOPIBA trará implicações econômicas e sociais. ‒Quem vai estudar isso aí? Quem vai ajudar a defender políticas sociais pra região? Eu acho que a universidade tem um papel muito sério de trabalhar com as comunidades. Declarou.
Em entrevista ao AN, o professor José Manuel Sanches afirmou que o grupo acredita que a UFT já não responde as demandas do estado, porque elas cresceram. E a situação exige mais atenção principalmente nas microrregiões de Araguaína e a do Bico do Papagaio.
‒O Bico do Papagaio tem 25 municípios. A questão da miséria, da pobreza, do analfabetismo, da oportunidade de emprego, da cultura, tudo isso são demandas que a nova universidade vai abarcar. No sentido de corrigir as distorções, as diferenças e criar oportunidades para que essa região cresça da forma como ela merece.
Segundo Sanches, a “forma que a UFT está coordenando e encaminhando essas demandas, nós vamos levar muitos e muitos anos ainda pra poder melhorar essa região”.
Proposta à sociedade
O próximo passo será apresentar a proposta da Universidade Federal do Norte do Tocantins para sociedade e saber o que ela acha. ‒A UFNT ou Universidade Federal do Araguaia, conforme venha a ser a aprovado o nome, ela é um instrumento que nós achamos que vai alavancar o desenvolvimento dessa região. Nós estamos prontos pra debater em todas as instâncias que ela [sociedade] quiser e concretizar esse projeto, disse Sanches.
Cursos
Conforme a proposta, a UFNT atuará com os cursos de graduação, tecnólogos e de pós-graduação nas grandes áreas do conhecimento: Artes, Ciências da Vida, Ciência e Tecnologia, Ciências Naturais e Matemáticas, Ciências Sociais e Humanidades. Os cursos serão escolhidos mediante audiências públicas.
http://www.araguainanoticias.com.br/noticia/11058/proposta-de-nova-universidade-federal-deve-atender-atuais-demandas-da-regi-o-norte-do-tocantins.html
Foto: Ramila Macedo/Araguaína Notícias
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